ELEIÇÕES 2022

Justiça proíbe Jaime de mostrar situação da saúde no Amapá

Justiça proíbe Jaime de mostrar situação da saúde no Amapá

Candidato não pode gravar nem mostrar imagens das unidades de saúde do estado

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A pedido da Procuradoria Geral Eleitoral (PGE), a Justiça Eleitoral proibiu o candidato a governador do estado, Jaime Nunes (PSD), de gravar e divulgar vídeos que mostram a angústia e a dificuldade das pessoas que buscam atendimento nas unidades de saúde do Estado. A decisão judicial determinou que Jaime retire de suas redes sociais todo o conteúdo que mostra o diálogo com pacientes e familiares no Hospital de Emergência de Macapá (HE).

De acordo com a decisão, Jaime não poderá mostrar as imagens no HE nem as irregularidades da unidade de saúde em suas propagandas eleitorais de televisão. O candidato mostrou na semana passada, durante o horário eleitoral gratuito, as dificuldades enfrentadas pelos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) no estado, em vídeo que ele aparece em frente ao Hospital de Emergência, conversando com familiares e pacientes em macas nos corredores da unidade.

O candidato denunciou a falta de gestão, o desrespeito e o sofrimento do cidadão. Histórias se repetem ano após ano, como a da família de Allan Santos, que perdeu seu filho por falta de atendimento eficiente no Pronto Socorro.  “Eu perdi meu filho dentro daquele hospital chamado HE. Ele estava seguindo o mesmo caminho que eu, de ser empreendedor. Só foram dar atenção para o meu filho quando ele já estava com morte cerebral”, lamentou Allan.

Nas filas há pessoas de todos os municípios, que buscam a capital porque não conseguem atendimento adequado em sua cidade. “Estou há seis dias com meu pai no HE, nós somos do interior e eu acho uma humilhação a gente ficar no corredor. É um absurdo isso!”, relatou a acompanhante de um paciente.

Em meio a um colapso na saúde do Amapá, onde falta estrutura, atendimento médico adequado, medicamentos e profissionais nas Unidades de Saúde municipais e do Estado, os usuários lamentam não poder denunciar o abandono. “Trouxe meu tio do Afuá [PA] e a situação que estou vendo hoje é ele está jogado numa maca, esquecido. Já fiz várias reclamações, procurei meus direitos, mas não consigo.  Eu estou indignado, não só pelo meu tio, mas por todos os pacientes que estão jogados aqui do HE. O sofrimento é muito grande”, desabafou o técnico de enfermagem Asiel da Silva.

O processo ainda depende de julgamento de recurso pelo pleno do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE/AP).

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