OPERAÇÃO ANESTESIA

Polícia Federal apura desvio de medicamentos para intubação de pacientes com Covid-19

Polícia Federal apura desvio de medicamentos para intubação de pacientes com Covid-19

Prédio da Central de Abastecimento Farmacêutico foi um dos alvos da operação

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Denúncias sobre a possibilidade de desvio de medicamentos sedativos e bloqueadores neuromusculares, enviados pelo Ministério da Saúde ao Amapá, levaram a Polícia Federal a deflagrar a Operação Anestesia, na manhã desta sexta-feira, 7, em Macapá.

Quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos por aproximadamente 20 policiais federais, em órgãos públicos e nas casas dos investigados. Os medicamentos possivelmente desviados são usados para intubação e tratamento emergencial da Covid-19.

Devido ao aumento de casos  graves da Covid-19, o chamado “kit intubação” faltou em muitos lugares do Brasil, e no Amapá não foi diferente, a escassez foi constatada pelas autoridades de saúde.

Dados e documentos referentes à entrada e a saída desses medicamentos da Central de Abastecimento Farmacêutico do Amapá (CAF), órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) foram procurados pelos policiais. De acordo com a apuração da PF, existe a possibilidade de que os medicamentos foram enviados sem os devidos trâmites necessários, o que indica possível desvio.

Apesar de a CAF ter registrado o envio dos medicamentos para atendimento da população no Hospital Universitário (HU), a PF apurou que o “kit intubação” estava em falta na unidade de saúde. Além disso, as investigações constataram que familiares de pacientes internados, após indicações de pessoas do HU, procuraram farmácias especializadas em Macapá para comprar os medicamentos sedativos.

Na casa de uma pessoa investigada, que é servidora da CAF, os policiais federais encontraram guardados diversos materiais de uso exclusivo da rede pública. Máscaras, álcool em gel, luvas e medicamentos foram apreendidos. Além de R$ 5 mil em dinheiro.

“Se confirmadas as denúncias, os envolvidos poderão responder por peculato e organização criminosa, com penas que alcançam 20 anos de reclusão”, afirmou a PF.

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