Condenados pelos crimes de violência doméstica ou feminicídio não poderão assumir cargos no poder público municipal em Santana. A proposta é do vereador Josiney Alves (Avante) e foi apresentada na sessão desta quinta-feira, 4, na Câmara Municipal. O projeto é mais uma tentativa de garantir os direitos das mulheres e combater crimes contra o público feminino.
Ao defender o projeto, o vereador apresentou números preocupantes e crescentes da violência doméstica no Brasil, que ocupa a quinta colocação em casos de feminicídio, no ranking de 84 países.
Nos seis primeiros meses de 2020, o disque-190 recebeu 147.379 chamadas de agressões contra as mulheres. No mesmo período do ano, 648 foram assassinadas pela sua condição de ser mulher, o que caracteriza o crime de feminicídio. No Amapá, segundo a Polícia Civil, foram registrados 5.244 casos de violência doméstica no ano passado. Dados alarmantes que precisam ser combatidos.
Josiney afirmou que a proposta visa proteger e defender os direitos de ser mulher e ter os devidos cuidados com aqueles que prestam e executam os serviços públicos no município. “O objetivo desse projeto é tentar frear, inibir a prática desses delitos. Temos que respeitar o direito à ampla defesa e ao contraditório. Mas, uma vez condenados, que eles não possam ocupar cargos públicos, no Executivo nem no Legislativo. Em nenhuma esfera de poder. O intuito é afastar os condenados da elaboração de políticas públicas, que não tenham poderes decisórios e, para inibir crimes vindouros”, justificou o parlamentar.
A proposta foi elogiada por outros vereadores presentes à sessão, que reconheceram a importância do debate. Josiney pediu celeridade e sensibilidade na tramitação da matéria e aprovação pelo plenário. “Quem não respeita a mulher não tem vez. Violência contra a mulher, aqui, não!”, concluiu.
Se aprovado pela Câmara, o projeto vai à sanção do prefeito Bala Rocha (PP). Caberá ao Executivo a regulamentação da aplicação da lei.