CORONAVÍRUS

Vereador diz que mesmo com 22 mil testes de Covid-19, PMS não faz testagem em massa

Vereador diz que mesmo com 22 mil testes de Covid-19, PMS não faz testagem em massa

Município recebeu 22 mil testes em julho do ano passado

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No dia 17 de julho deste ano, a Prefeitura Municipal de Santana (PMS) recebeu 22 mil testes rápidos para coronavírus, de um total de 130 mil doados ao Amapá pela Receita Federal. O quantitativo seria suficiente para testar 18% da população santanense, estimada em 121 mil pessoas. Porém, grande parte do material permanece estocada, sem uso e prestes a ter o prazo de validade vencido.

O caso foi denunciado pelo vereador Adelson Rocha (PCdoB), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Municipal de Santana, após uma inspeção na Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), no dia 14 deste mês.

O Ministério Público Estadual (MPE-AP) chegou a emitir uma recomendação para que a PMS “promova todas as medidas, dentro da estrita legalidade, para uso imediato dos testes rápidos que estão para perecer no dia 15/10/2020”.

O MP também recomenda que o município sensibilize a população sobre a importância da testagem e organize o procedimento de modo a evitar a aglomeração de pessoas, priorizando locais espaçosos e com ampla circulação de ar, além de efetuar marcações horizontais de posicionamento, respeitando a distância mínima de dois metros entre as pessoas, e disponibilizar pessoal para auxiliá-las, instruí-las e organizá-las.

A testagem em massa é uma das principais orientações das autoridades sanitárias para o enfrentamento à pandemia da Covi-19, doença provocada pelo coronavírus. Porém, informações prestadas ao Ministério Público dão conta de que apenas 10% dos 22 mil testes recebidos haviam sido utilizados. Após a inspeção do vereador, a Semsa encaminhou 5 mil testes ao Hospital Estadual de Santana, para que sejam aplicados na população.

Falta de uso dos testes foi denunciada pelo vereador Adelson Rocha

“Isso foi resultado de uma visita que fizemos na Secretaria de Saúde do município, quando foi constatado que havia, há quase um mês, 22 mil testes estocados. E questionamos o porquê de esses testes não estarem sendo oferecidos para a população”, afirmou Adelson Rocha.

O secretário adjunto de Saúde de Santana, Josimar Santos, afirmou que, por se tratar de mercadoria apreendida pela Receita Federal, o material precisava ter sua procedência analisada e sua eficácia comprovada, antes de ser utilizado.

O gestor também explicou que o tipo de teste recebido é para aplicação na rede hospitalar e não em mutirões de testagem. “O procedimento não é aquele em que tira o sangue da ponta de um dos dedos, coloca um reagente e vê o resultado. Nesse tipo de teste, o sangue é retirado da veia, colocado em um tubo, passa por uma centrífuga, onde é separado o soro do plasma, para se chegar ao resultado. Ou seja, necessita de um laboratório para fazer isso”, pontuou.

Josimar também disse que o material recebido só identifica se o paciente assintomático está com o vírus. Ele não é capaz de também identificar os anticorpos, o que seria ideal para uma testagem em massa, segundo o secretário.

Até esta sexta-feira, 21, o município tinha 6.158 casos confirmados do novo coronavírus e 82 mortes por Covid-19.

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