Laudo indica que líder indígena do Amapá morreu por afogamento

Laudo indica que líder indígena do Amapá morreu por afogamento

Morte de Emyra Waiãpi ganhou repercussão internacional por conta de suposta invasão às terras indígenas no Amapá

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O exame necroscópico realizado no corpo do cacique Emyra Waiãpi aponta que o líder indígena pode ter morrido por afogamento e não assassinado, como chegou a ser noticiado no mês passado. O fato ocorreu em uma aldeia localizada no município de Pedra Branca do Amapari, região centro-oeste do Amapá, e ganhou repercussão internacional por conta de uma possível invasão de terras indígenas por garimpeiros, o que, até agora, não foi comprovado.

Na quinta-feira, 15, a Polícia Federal, que investiga o caso, recebeu o resultado preliminar do exame necroscópico feito pela Polícia Técnico-Científica do Amapá (Politec). O documento, assinado por dois médicos legistas, estimou que a morte ocorreu entre os dias 21 e 23 de julho e não encontrou lesões de origem traumática que pudessem ter ocasionado o óbito.

O laudo indica que a ferida encontrada na cabeça de Emyra Waiãpi tratava-se de lesão superficial, que não atingiu planos profundos, e que não houve fraturas. Não foram encontradas, ainda, na região do pescoço, lesões traumáticas ou sulcos evidenciáveis de enforcamento.

O exame do tórax do indígena também não evidenciou a existência de lesões penetrantes, desmentindo as primeiras notícias que davam conta de que a liderança teria sido atacada a facadas. Por fim, o laudo revela que o conjunto de sinais apresentados no exame, corroborado com a ausência de outras lesões com potencial de causar a morte, sugere fortemente a ocorrência de afogamento como causa da morte de Emyra Waiãpi.

Na manhã desta sexta-feira, 16, membros da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados seguiram para a Terra Indígena Waiãpi para apurar a situação dos indígenas da região, as possíveis invasões e o assassinato do cacique Emyra Waiãpi. O grupo de parlamentares é liderado por Camilo Capiberibe (PSB/AP), autor da iniciativa, e Joênia Wapichana (Rede/RR), coordenadora da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Povos Indígenas.

Além de conversar com os indígenas, os parlamentares devem reunir com representantes do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal para tratar das investigações. “Essas informações vão constar no relatório que vai pedir providências sobre essa situação nas terras indígenas”, afirmou Capiberibe.

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